quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Imagens, sempre "falando alto"

 Quando faço minhas trilhas sempre tenho prazer imenso em registrar a natureza, com a primavera chegando isso é mais intenso ainda! Nessa parte da trilha havia anos que não passava, fiquei feliz por ver que onde era pasto, se transformou num bosque repleto de espécies nativas.


























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 Na maioria das vezes em que faço uma trilha pelo mato, minha finalidade é sempre andar uma extensão determinada, em geral uma distância maior que passe dos 10km. Como já percorro determinados pontos por aqui, conheço muito bem o percurso e sei exatamente onde estão determinadas plantas, obstáculos, água, enfim, conheço o bioma da minha região muito bem.

Recentemente, em uma dessas minhas trilhas me deparei com uma situação complexa e inusitada! Encontrei pelo caminho, em um local de muito risco, uma imensa voçoroca com mais de 30 metros de altura, um pobre garrote ilhado na beira do desbarrancado. Provavelmente estava ali há um dia. Na hora confesso que não quis ajudar e ia procurar ajuda. Mas, me bateu um senso de misericórdia grande. Não dava pra deixar aquele animal ali a deriva e esperando um socorro sabe-se lá quando! Fui ajudar então.

Estava com um problema complicado, já que o animal estava há cerca de um metro e meio para baixo do barranco. Eu ia precisar cavar, um pequeno valo para que ele pudesse subir. Em geral quando faço minhas trilhas nunca levo muita coisa, me basta minha pequena lâmina e um cantil. Mas nesse dia, resolvi levar meu facão. Pra minha sorte e mais ainda do pobre animal, já que sem ele não ira conseguir realizar a proeza que fiz. Meu medo maior, era que o garrote investisse sobre mim e me jogasse ribanceira abaixo. Nada agradável voar lá pra baixo. Mas parece que ele compreendeu que eu estava ali pra dar uma força, eu disse a ele, literalmente. 

Bom, o primeiro passo foi começar a cavar usando o facão como cavadeira, modelando o espaço necessário para que o animal com cerca de 60cm de largura pudesse jogar as patas dianteiras e pular fora. E lá fui eu a cavar, cavei o espaço de 1,50m porém deixando pequenos degraus. Para que dessa forma ele pudesse sair. A terra que fui tirando fui pisando e amassando, assim ele teria uma plataforma para poder pegar impulso.

Cerca de 40 minutos depois, consegui fazer o processo. Foi então que dei espaço para o garrote e ele enfim conseguiu sair. Percebi no olhar dele a alegria de estar livre e poder ir saciar sua sede e sua fome. E eu fiquei com a sensação de dever cumprido e aquela leveza única na consciência. Ou seja: "Fazei o bem se olhar a quem!"