Há três anos comecei a tentar fazer kuksas! E de lá pra cá,
quando tinha tempo me dedicava a esse artesanato viciante. Tentei várias vezes usando
apenas o cedro com matéria prima. Foi então que há cerca de um ano ganhei uma
faca recurva de presente. Dai em diante percebi que os entalhes começaram a
tomar uma forma mais bonita. Entretanto, foi a partir desse ano que conversando
com amigos e pessoas mais velhas da minha região eu obtive uma informação que modificou o rumo da forma como fazia os entalhes e que
realmente me agradou.
Essa conversa me levou a conhecer uma madeira que é mais
prática de se entalhar. No cerrado, as madeiras mais macias são provenientes
de várzeas e brejos. Uma delas é a mamica de porca (Zanthoxylum
rhoifolium). Árvore extremamente comum por aqui, no centro oeste mineiro. No
passado a madeira desta árvore era utilizada para diversos fins, como a
construção de cochos para o gado e gamelas. Devido a um fator importante: ela
não racha e você pode literalmente encontrar o “desenho do entalhe” quando está
trabalhando em alguma peça.
Ainda tenho um extenso caminho de aprendizado, porém com
esse tipo de madeira sei que é possível criar não somente as kuksas, mas também gamelas, colheres e vários utensílios de madeira. A lição que eu aprendo fazendo essas atividades? Persistir para atingir aquilo que almeja!
Eis minha primeira kuksa feita de mamica de
porca: